sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

plagiando o vezenquando


Sonhamos o voo, mas tememos as alturas.

Para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece.

O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isto que tememos: o não ter certezas.

Por isso trocamos o voo por gaiolas.

As gaiolas são o lugar onde as certezas moram. [  Rubem Alves ]

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Plagiando o vezenquando 2

Bom dia, meu povo!

Como de costume, hoje eu ia escrever na minha mesa sobre Bossa Nova [ que eu amo ], mas lendo a revista Veja desta semana resolvi trazer para a discussão o Samba, ou melhor, o Carnaval.


Mas o tópico que eu queria abordar aqui, hoje, são as Rainhas de Bateria.

Já que temos acesso ao blog de vários locais do mundo, acho que vale o esclarecimento do que significa ser uma Rainha de Bateria no carnaval. Rainha de Bateria [ e suas derivadas: madrinha, musa, e princesa] é uma espécie de cargo figurativo onde pessoas da comunidade ou por vezes artistas famosas são escolhidas para desfilar à frente da bateria da escola de samba.



A figura das rainhas de bateria surgiu na década de 1970, quando a famosa mulata Adele Fátima, veio à frente da bateria da Mocidade Independente, fato inédito, até então, mas se popularizou na década de 80 com a modelo carioca e pioneira Monique Evans, que em 1985, foi a primeira “famosa” a assumir o posto de rainha de bateria.

A modelo Gracyanne Barbosa, dançarina profissional, já desfilou à frente da bateria de várias escolas de samba. Ela sabe sambar e exibe um corpo, no mínimo, bem preparado para suportar todo o desfile na avenida. Como diz a Veja, 'tem méritos que, sob a lógica da folia, a credenciariam ao posto em qualquer escola.'

Mesmo assim, o marido, o cantor Belo, precisou ir à quadra da Unidos da Tijuca no ano passado para fazer uma oferta ao presidente: se a Gracyanne se tornasse a Rainha de Bateria neste carnaval, o marido, em troca, faria 4 shows na quadra da escola de samba.

E adivinhem? Negócio fechado! E lá se foi o posto da Adriane Galisteu que era a Rainha de Bateria da escola há 6 anos.


É época de negociações no mundo do Carnaval: agora as escolas querem lucrar negociando o trono. 'Depois do império das modelos esculturais, do reinado das celebridades globais e do domínio das popozudas, a Sapucaí deste ano será das musas 'filantrópicas'. Aff!

O presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel foi bem claro ao dizer: 'Aqui, para ser Rainha de Bateria, tem que pagar!' Mais especificamente com 300.000 reais, segundo a Veja. E a 'eleita' da escola para este ano é a atriz Antonia Fontenelle [ mulher de um dos Diretores da Globo ]. Conforme o Presidente da Escola: 'ela não é muito bonita e nem sabe sambar direito, mas tem caráter'.

É lastimável! Tudo bem que seria muito lindo que uma Rainha de Bateria tivesse beleza, samba no pé e caráter. Mas se anda muito difícil encontrar tudo isso junto, não dá para escolher, no mínimo, o samba no pé? Uma pessoa que precisa pagar para se tornar a eleita, não posso afirmar se tem ou não caráter, mas posso dizer que, no mínimo, tem dinheiro. E sendo feia e não sabendo sambar, dá para afirmar que tem também muita coragem!

Como disse a 'destronada Adriana Bombom': Na minha época, as rainhas tinham de saber sambar. Hoje basta pagar. Não precisa nem arrastar o chinelo.'

Na minha época de espectadora também, Bombom!